Este edifício de estilo barroco, que foi iniciado em 1736 e concluído em 1739, evidencia uma arquitectura austera e muito formal, revelando até alguma vulgaridade construtiva. Apesar desta rigidez, a igreja implanta-se no espaço com equilíbrio e monumentalidade. A sua torre sineira, separada do corpo principal da igreja, é o elemento que quebra a monotonia do conjunto.
Mas é internamente que se revela a real riqueza desta igreja. A sua magnífica talha barroca, de estilo joanino, os seus altares, a extraordinária qualidade da imaginária e os painéis de azulejos que cobrem a capela-mor, causam, efectivamente, um vivo efeito de deslumbramento.
Executado entre 1743 e 1744 pelo conceituado entalhador portuense Manuel da Costa Andrade, o altar-mor é uma obra de qualidade superior, nada ficando atrás do que melhor então se fazia nos grandes centros políticos e culturais do país. O trabalho deste altar só veio a ficar concluído em 1753 quando se procedeu ao douramento da sua talha. Os alteres laterais, da mesma época do principal, são também de excelente qualidade e terão sido executados, provavelmente, por um mestre da escola de Manuel da Costa Andrade.
Soberba é, igualmente, a imaginária que recheia os altares. Desde logo, as imagens de São Bento e Santa Escolástica, colocadas lado a lado no altar-mor, cumprindo uma linguagem estética ainda do século XVII. Já de acordo com a gramática e o gosto do século XVIII encontramos as notabilíssimas imagens das Santas Mães e de Nossa Senhora, nos altares colaterais. Ambas evidenciam um movimento e um ritmo só ao alcance de artistas maiores. Destaque-se, ainda, o belíssimo São Roque e os anjos tocheiros em tamanho natural que ladeiam a mesa do altar.
Azulejos da Igreja Matriz
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